segunda-feira, 23 de julho de 2012

MEDO


                                              Medo

Dentro dos últimos acontecimentos, só tenho a lamentar... Ligar a televisão, é confrontar com a terrível realidade. O medo generalizado diante de tanta impunidade!!! Cansada de me sentir assim... 

Compartilho com vocês o trecho do livro Mentes Ansiosas da psicóloga Ana Beatriz Barbosa da Silva.

"Quer saber de uma coisa? Todo mundo tem medo, uns têm medinhos, outros medões, mas no fundo tudo é medo puro e simples. Sentimos medo de manhã, às vezes à tarde e muito mais à noite, não necessariamente nessa ordem.

Medo de não ver o pôr do sol, de não poder ir à praia no domingo, de jogar a bola para fora do gol, de areia quente, de que o chope esquente ou a onda se arrebente.

Medo de cair, de sair, de se divertir, da felicidade, da fatalidade, da bala perdida, da fome, de ter e perder, seja lá o que for!

Medo de trair e ser traído, de perder o grande amor, de amar e não ser amado, de dizer adeus, de partir, de mudar, de renovar, de dizer eu te amo!

Medo de bruxa, do escuro, do bicho-papão, do vento, da ventania, do relâmpago e do trovão.

Medo da morte: a sua, a do seu amigo, a do seu filho e a dos seus pais.

Medo de esquecer o que foi bom, de enlouquecer, de não viver, do prazer, de querer sempre mais e nunca mais parar de querer.

Medo do terror, dos terroristas, dos que manipulam os horrores humanos, dos que adoram o poder, de não poder com esse tipo de gente.

Medo de envelhecer, das rugas, dos cabelos brancas, da osteoporose, da menopausa, da calvície, de virar pó e da certeza de que a vida é uma só.

Medo de experimentar coisas novas, umas melhores e outras piores, mas o que vale é o movimento, somente o que está morto não se move.

Medo de olhar no espelho, do fracasso, da decadência, da não reação, do marasmo, da acomodação.

Medo de falar a verdade, de não ter verdades pelas quais lutar, de magoar, de brigar, de perdoar.

Medo de não ter o filho desejado, de não vê-lo crescer, de vê-lo adoecer, de não vê-lo feliz.

Medo do chefe que grita, que não elogia, que não explica, que não brinca, que só xinga, que assedia.

Medo de solidão, da rejeição, do telefone que não toca, da palavra não dita, do "mico" não pago, da alucinação da paixão, do beijo não roubado, da dor do amor não correspondido, das velas não apegadas, do grito não ecoado depois do sexo em perfeita comunhão.

Medo da diferença, da indiferença, da arrogância, do desprezo, da ignorância, do preconceito, do politicamente correto, do jeitinho brasileiro, da corrupção, da inflação, da humilhação, da falta de profissionalismo dos políticos, da inveja, da tristeza, das escolhas, do seu corpo, do passado, do presente e do futuro.

Medo de gastrite, otite, sinusite, faringite, meningite, hepatite, celulite e tudo o que é "ite".

Medo da responsabilidade, da liberdade, da igualdade, da fraternidade, do recomeço, de cantar, de dançar, das crenças, das encrencas, de dar e receber opinião, de ter voz e voto, de não ter voz e voto, de aturar gente de má índole, de má vontade e sem educação.

Medo de casar, de se divorciar, de casar de nov, de não poder mais voltar. Medo de se perder, de endurecer o coração, de não sonhar e de nunca mais se achar.

Medo de errar, de não ter o que dizer, de falar demais, de se calar diante da covardia, de engolir o choro da emoção, de não crer e não ter fé em Deus, em si e na vida.

Medo de enchente, de não gostar de gente, do ladrão de não ser o único e virar nenhum na multidão.

Medo de pensar "inho" e acabar tendo uma vidinha cercada de gentinha, de perder o emprego, de nunca mudar de emprego por puro medo da mudança, medo da mediocridade e da maldade.

Medo da ditadura, do neoliberalismo, do comunismo, do nazismo, do radicalismo, da guerra, da bomba de Hiroshima, de Nagasaki, do tsunami, do Katrina, do terremoto, da chacina, da rebelião, do vandalismo, da escravidão, da sofreguidão, da falta de poesia, da realidade nua e crua.

E, por fim, o medo de nã ter coragem para enfrentar tudo isso, mesmo que isso não tenha fim..."

Ana Beatriz Barbosa Silva

domingo, 15 de julho de 2012


                                                   QUAIS SÃO OS SEUS DESEJOS?



Na semana passada, assisti novamente ao filme “Beleza Americana” e cheguei a conclusão que eu tinha que escrever sobre minhas questões!
O filme sugere uma reflexão sobre o modelo familiar atual, a estrutura social e o capitalismo, promovendo a alienação social e a superficialidade das relações sociais.
Vivemos em uma sociedade que o que importa é a aparência, a vitalidade ( representada pelas pétalas de rosa vermelha), fazendo com que as pessoas fiquem cada vez mais distantes de seus sonhos, desejos e fantasias para viver o desejo e a verdade do “outro”, da sociedade, do que esperam de nós. Impossibitando assim, a subjetividade do indivíduo. Todos temos que ser iguais? Corresponder ao padrão que nos é imposto?
Passamos por situações e momentos em nosso cotidiano que somos incapazes de perceber a beleza e a magnitude da vida. Isso, para mim ficou muito claro na cena do saco plástico voando, uma verdadeira, sofisticada e leve “coreografia” da representação da força vital. Perdemos o contato direto com a simples beleza de viver.
A sociedade nos torna incapaz de olharmos para dentro, de conhecer nossas potencialidades e nossos profundos desejos, congelando-nos dentro de padrões pré-estabelecidos.
Tudo tem que ser reconsiderado!!
Por isso, o que ficou para mim é que devemos parar durante vários momentos de nossa vida e questioná-los. Isso é meu? Eu realmente desejo isso para mim?
BUSQUE UMA VIDA MAIS SIGNIFICATIVA, MENOS ROBOTIZADA E MAIS SENSIBILIZADA!! VIVA!!!